top of page

A Fé que Vence a Chuva e o Cansaço na 146ª Romaria de Caravaggio

  • Foto do escritor: temporacomunicacao
    temporacomunicacao
  • 27 de mai.
  • 3 min de leitura

Por Diego Franzen


ree

Foram três dias em que o céu pareceu mais próximo da terra. Três dias de oração, de lágrimas e de passos marcados não apenas pelo peso do corpo, mas, sobretudo, pela leveza da esperança. A 146ª Romaria ao Santuário Diocesano de Nossa Senhora de Caravaggio, em Farroupilha, chegou ao seu ápice nesta segunda-feira, 26 de maio, coroando um fim de semana que foi muito mais do que uma tradição: foi uma confissão coletiva de amor, gratidão e devoção à Mãe da Esperança. Mais de 65 mil corações pulsaram em uníssono, como quem deseja, ao mesmo tempo, agradecer e pedir — ou simplesmente caminhar ao lado de Maria.


Em cada olhar, uma súplica silenciosa; em cada passo, um gesto de resistência e fé. Eles vieram, como sempre vêm, pela velha Estrada dos Romeiros, vencendo o frio teimoso, o cansaço que aperta os músculos e a chuva que insistiu em cair como um batismo renovador. Vieram porque a alma pede, porque a vida exige um motivo, e porque, no fundo, sabem que caminhar é um jeito de rezar com o corpo inteiro.

Este 26 de maio não é apenas uma data no calendário: é um marco que atravessa séculos. Foi nesse dia, em 1432, que a voz de Maria soou pela primeira vez na pequena Caravaggio italiana, levando ao mundo a sua mensagem que ainda hoje pulsa, como um sussurro teimoso:“Paz na sociedade, unidade na Igreja e amor nas famílias.”Palavras que, seis séculos depois, continuam sendo urgentes.


E foi exatamente isso que se viveu no fim da tarde, quando o relógio marcou 17 horas, e os sinos do Santuário anunciaram não apenas o encerramento da Romaria, mas também a renovação do seu sentido mais profundo. A celebração foi aberta por uma encenação comovente, conduzida pelos jovens da Paróquia Jesus Ressuscitado — como se a juventude quisesse, com seu vigor, reafirmar que a mensagem de Caravaggio continua viva, latejante, necessária. E eles conseguiram: emocionaram, arrancaram lágrimas, plantaram silêncios cheios de significado.


Logo no início da Missa, o reitor, padre Ricardo Fontana, com a voz embargada pela emoção que só quem vive intensamente esses dias é capaz de compreender, fez questão de agradecer:“Esta Missa se reveste de um significado muito especial. Foram três dias de bom êxito, três dias de bênçãos incontáveis. Trezentas, quatrocentas, não sei… Foram quase 700 pessoas, 692 para ser preciso, empenhadas nesta missão. Quanta graça, quanta misericórdia, quanta vida compartilhada!”


E, como quem abraça um a um, padre Ricardo fez questão de saudar os sacerdotes:“Dom Alessandro Ruffinoni, nosso bispo emérito… Na sua pessoa, saúdo a todos os nossos padres. Eles, incansáveis, nestes três dias, ouviram, acolheram, abençoaram. Fizeram deste Santuário uma casa de portas e braços abertos.”


O agradecimento se estendeu às religiosas — as incansáveis Irmãs Scalabrinianas, as Irmãs Pobres Servas da Divina Providência — e, sobretudo, aos leigos e leigas, os heróis discretos desta Romaria:“Não vou citar nomes… Seria injusto. Todos, absolutamente todos, têm a mesma importância. Foram 13 setores, 39 subsetores… Quase 700 pessoas que se dedicaram dia após dia, para que tudo isso fosse possível. Por isso, rendemos graças ao Senhor.”


E então, o momento apoteótico: a imagem de Nossa Senhora de Caravaggio entrou no Santuário, como uma rainha vestida de simplicidade, sob uma chuva de pétalas de rosas. E ali, no meio daquela profusão de cores e perfumes, padre Ricardo fez o anúncio solene:“Está oficialmente convocada a 147ª Romaria em Honra a Nossa Senhora de Caravaggio! Dias 23, 24 e 26 de maio de 2026! O tema será a dignidade humana. O lema: ‘Morada Consagrada de Deus, rogai por nós!’”


Um anúncio que é, mais do que um convite, uma convocação espiritual, uma promessa de reencontro.


O tema da próxima Romaria nasce do ventre da Campanha da Fraternidade de 2026, que nos chama a refletir sobre o cuidado com a nossa casa pessoal, sobre a fraternidade que deve habitar nossos lares e nossas ruas.“Ele veio morar entre nós” (Jo 1,14), lembrando que, assim como o Verbo se fez carne no ventre da Virgem, nós também somos chamados a acolher, a cuidar, a dignificar.


E ali, diante daquela multidão, o Santuário se transformou, mais uma vez, em casa, em abrigo, em promessa renovada. A Romaria terminou, mas a fé… a fé nunca termina. Ela volta para casa com cada um, silenciosa e vibrante, guardada no peito como quem guarda uma chama que não se apaga.



Comentários


Receba nossas atualizações

Obrigado pelo envio!

  • Facebook
  • Whatsapp
  • Instagram
Pauta Branco_edited.png

Rua Cândido Costa 65, sala 406 - Palazzo del Lavoro

Bento Gonçalves/RS - Brasil

bottom of page