Após mais de 100 deslizamentos, BR-470/RS se torna um dos maiores desafios do DNIT após as chuvas de 2024
- temporacomunicacao
- 6 de mai.
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A BR-470/RS, especialmente no trecho entre Bento Gonçalves e Veranópolis, se transformou em um dos maiores desafios de reconstrução enfrentados pelo Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) após as chuvas intensas que atingiram o Rio Grande do Sul em maio de 2024.
Em apenas 24 quilômetros de rodovia, foram identificados 102 pontos com quedas de barreiras. Em oito deles, a estrada foi completamente destruída, abrindo crateras que interromperam totalmente o tráfego e isolaram comunidades inteiras.
As cenas registradas no dia 1º de maio são de devastação: deslizamentos de terra, centenas de árvores arrancadas, casas soterradas e vias completamente intransitáveis. “Tinha vezes que tu passava nas barreiras e o barro chegava na barriga. Tinha que jogar alguns pedaços de pau para poder caminhar em cima, senão você se afundava”, relata Verlei Corlao, dono de um restaurante próximo à ponte Ernesto Dornelles, destruído pelos deslizamentos — alguns deles com até 900 metros de extensão.
Diante da urgência, equipes do DNIT atuaram sob chuva intensa ao lado de outros órgãos públicos para abrir acessos improvisados e garantir o resgate e suprimento de moradores isolados. O trabalho só permitiu o tráfego emergencial no trecho no dia 14 de maio, após dias de esforço contínuo com frentes de trabalho atuando simultaneamente nos dois extremos da rodovia até se encontrarem.
Até agora, já foram contratados mais de R$ 700 milhões em obras emergenciais para recuperar o segmento e implantar estruturas que garantam mais segurança e resistência a futuros eventos climáticos extremos.
“A atuação do DNIT foi essencial para reconstruir a BR-470/RS. Nosso objetivo é devolvê-la em uma condição ainda melhor do que antes, tornando-a mais resiliente e segura para enfrentar novas adversidades”, afirma Adalberto Jurach, chefe da Unidade Local do DNIT em Passo Fundo.
Uma das principais soluções adotadas é a técnica de cortina atirantada, que consiste na instalação de barras de aço tensionadas, ancoradas em estruturas de concreto que formam uma “parede” de contenção. “Essa estrutura de concreto é pressionada contra o terreno, resistindo de forma ativa aos esforços e impedindo novos deslizamentos”, explica o engenheiro Bruno Macaé, que atua nas obras.
Além disso, o DNIT já iniciou a construção de dois novos viadutos na região, com o objetivo de reduzir os impactos de futuras catástrofes naturais. “Essas obras representam uma transformação estrutural na BR-470. A tendência é que o trecho fique muito mais seguro e menos vulnerável a eventos extremos”, destaca Luiz Guilherme Rodrigues de Mello, diretor de Planejamento e Pesquisa do DNIT, que visitou o local ainda na primeira semana após a tragédia.
As obras seguem em ritmo acelerado, com múltiplas frentes de trabalho, para restabelecer completamente a trafegabilidade e devolver à população uma rodovia mais segura, moderna e preparada para os desafios climáticos do futuro.














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