Brasil volta a sair do Mapa da Fome, aponta novo relatório da ONU

O Brasil deixou novamente o Mapa da Fome da Organização das Nações Unidas (ONU), segundo o relatório divulgado nesta segunda-feira (28). O levantamento mostra que o país conseguiu reduzir a insegurança alimentar para menos de 2,5% da população — índice necessário para ser retirado da lista, conforme os critérios da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO).

Essa é a segunda vez que o Brasil atinge a marca. A primeira ocorreu em 2014, após anos de políticas públicas voltadas ao combate à fome e à desigualdade. Nos últimos anos, porém, a insegurança alimentar voltou a crescer, especialmente com a pandemia da Covid-19, a crise econômica e o aumento da desigualdade social. Em 2022, o país havia retornado ao Mapa da Fome, o que gerou preocupação internacional.

O relatório atual, com dados de 2023, reconhece os avanços nas políticas de transferência de renda, fortalecimento da agricultura familiar e investimentos em segurança alimentar. A atuação de programas como o Bolsa Família, o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) e o apoio a cozinhas comunitárias foram apontados como fundamentais para a reversão do cenário.

O governo federal celebrou o resultado como sinal de que o país voltou a priorizar a luta contra a fome. Em nota, o Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social afirmou que o objetivo agora é manter e ampliar as ações para que a segurança alimentar seja garantida de forma estrutural e permanente.

Especialistas, por outro lado, alertam que o desafio permanece grande, principalmente entre populações em situação de extrema pobreza, comunidades tradicionais e regiões rurais do Norte e Nordeste. Mesmo fora do Mapa da Fome, o Brasil ainda convive com altos índices de insegurança alimentar leve e moderada.

A retirada do país da lista é simbólica, mas reforça a importância de políticas públicas contínuas e efetivas para garantir o direito humano à alimentação adequada.