GAECO deflagra Operação Rescaldo em presídios de Caxias e Rio Grande contra infiltração do crime organizado

O Ministério Público do Rio Grande do Sul acendeu o alerta máximo dentro do sistema prisional. Na manhã desta quinta-feira, 28 de agosto, o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO/MPRS) desencadeou a Operação Rescaldo, atingindo o Presídio Regional de Caxias do Sul e a Penitenciária Estadual de Rio Grande, em uma ofensiva contra a infiltração do crime organizado por dentro das grades.

A ação é um desdobramento explosivo da prisão de um policial penal flagrado abastecendo detentos com drogas e celulares, no último dia 21 de agosto, em Caxias do Sul. Com ele, foram apreendidos R$ 18 mil em dinheiro vivo, entorpecentes e aparelhos telefônicos. O escândalo escancarou a rachadura no sistema de segurança pública, colocando sob suspeita a atuação de servidores que deveriam zelar pela ordem.

Sob coordenação do promotor de Justiça Manoel Figueiredo Antunes, do 5º Núcleo Regional do GAECO — Serra, a Operação Rescaldo contou com a força do Grupo de Intervenção Rápida (GIR) da Polícia Penal, delegacias regionais da Serra e do Sul e a Corregedoria. As revistas miraram provas de tráfico de drogas, corrupção e articulação direta com facções criminosas que ditam regras dentro e fora dos muros.

“O trabalho não é apenas retirar drogas e celulares, mas desmontar os tentáculos do crime organizado que corrompem o próprio sistema prisional”, afirmou o promotor Antunes. Todo o material recolhido será analisado pelo Núcleo de Inteligência (NIMP) do Ministério Público.

A presença do coordenador estadual do GAECO, promotor André Dal Molin, reforçou o peso da operação. O MP garante que a ofensiva vai continuar até que todas as engrenagens dessa máfia dos presídios sejam identificadas e responsabilizadas.