Morte por influenza acende alerta em Bento Gonçalves, e Prefeitura reforça atendimento para conter internações

A confirmação da primeira morte por influenza em Bento Gonçalves em 2025 acendeu um sinal de alerta na população. Dado o aumento considerável no número de autoridades de saúde e desencadeou uma força-tarefa emergencial para conter o avanço das doenças respiratórias no município. O paciente, que possuía comorbidades respiratórias pré-existentes, não resistiu às complicações do vírus em meio ao agravamento da circulação do subtipo H1N1, que vem crescendo de forma acelerada neste início de inverno.

Até o dia 2 de junho, o município já registrou 333 casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), sendo 70 provocados pelo vírus influenza, 58 pelo vírus sincicial respiratório e 21 pelo coronavírus. O dado mais preocupante é o avanço do H1N1: em 2024, foram apenas dois casos registrados em Bento Gonçalves. Em 2025, já são 46 — um aumento alarmante que evidencia a força do vírus nesta temporada.

Para evitar novas mortes e aliviar a pressão sobre os serviços de saúde, a Prefeitura de Bento Gonçalves, em parceria com a Secretaria Estadual da Saúde, está intensificando o Programa Inverno Gaúcho com Saúde e implementando novas medidas emergenciais a partir desta segunda-feira, 2 de junho. A Unidade de Saúde da Zona Sul, no bairro Botafogo, passa a atender exclusivamente casos respiratórios leves, de segunda a sexta-feira, das 17h às 21h. A UPA 24h será reforçada com dois médicos adicionais por dia, das 18h às 22h. O Pronto Atendimento Zona Norte também contará com um médico extra diariamente, das 14h às 20h.

As medidas serão mantidas até agosto, período considerado crítico para as doenças respiratórias. A secretária municipal da Saúde, Daiane Piuco, destaca que o sistema está sendo reorganizado para suportar o aumento da demanda. “Estamos acompanhando o crescimento de casos respiratórios em adultos e crianças. Vamos ampliar nossa capacidade de atendimento e agilizar a resolução dos casos”, afirma.

A orientação é para que casos leves sejam direcionados às Unidades Básicas de Saúde (UBSs) ou à Unidade Zona Sul, evitando a sobrecarga da UPA 24h, que continua como referência para urgência e emergência.

Paralelamente, os índices de vacinação contra a gripe seguem abaixo do necessário. Até agora, apenas 38,4% da população-alvo foi imunizada — 25.139 doses aplicadas. A unidade móvel de vacinação, em ação na quinta, sexta e sábado da última semana, aplicou 1.288 doses, mas os números ainda estão aquém do esperado. Com a circulação agressiva do H1N1 e a morte já registrada, as autoridades reforçam o apelo para que a população procure os postos de vacinação com urgência.

O inverno só começa no dia 23 de junho, mas as baixas temperaturas e umidade já preocupam e os riscos aumentam a cada semana. A prevenção, neste momento, pode ser decisiva para salvar vidas.