Movimento Negro Raízes cobra providências após abordagem da Guarda Civil em Bento Gonçalves

A repercussão da abordagem de um imigrante negro por agentes da Guarda Civil Municipal (GCM), ocorrida na tarde desta terça-feira (9) no centro de Bento Gonçalves, gerou um novo capítulo nesta quarta-feira (10). O Movimento Negro Raízes divulgou nota de esclarecimento e providências, na qual manifesta preocupação com a forma como a ação foi conduzida e com a reincidência de episódios semelhantes envolvendo pessoas negras e imigrantes.

O caso, registrado na Rua Júlio de Castilhos, ganhou grande visibilidade nas redes sociais. Imagens mostram seis guardas tentando imobilizar o ambulante que vendia panos de forma irregular. A cena gerou revolta entre populares, críticas quanto à truculência da abordagem e comparações com outros episódios recentes de violência no município, em que a atuação da GCM foi considerada mais branda.

Na nota, o Movimento Negro Raízes afirma ser necessário avaliar não apenas a legalidade da fiscalização — prevista em legislação municipal que proíbe o comércio ambulante sem autorização — mas também os modos de abordagem, que, segundo a entidade, podem carregar vieses discriminatórios.

Diante do episódio, representantes do movimento entraram em contato imediato com as secretarias de Desenvolvimento Social, Desenvolvimento Econômico e Segurança Pública, solicitando uma reunião emergencial. O objetivo é discutir medidas que evitem a repetição de situações semelhantes e garantam dignidade, equilíbrio e respeito a todos os cidadãos, independentemente de cor ou origem.

“Já há repercussão intensa não apenas em Bento Gonçalves, mas também fora do município”, alerta a nota, que pede engajamento tanto do poder público quanto da sociedade civil para encontrar soluções efetivas.