Negociações da Convenção Coletiva do Comércio Varejista de Bento Gonçalves seguem sem acordo

Iniciadas em fevereiro, as tratativas para assinatura da Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) 2025/2026 do comércio varejista de Bento Gonçalves ainda não avançaram. A negociação envolve o Sindicato dos Empregados no Comércio (SEC-BG) e o Sindicato do Comércio Varejista (Sindilojas Regional Bento), cuja data-base é 1º de março.

Segundo o SEC-BG, as cláusulas econômicas, sociais e socioeconômicas da CCT já teriam sido consensuadas entre as partes, o que permitiria a formalização do documento. No entanto, o impasse gira em torno da Contribuição Assistencial da categoria.

De acordo com o tesoureiro do SEC-BG, Sérgio Marino Ribeiro Neves, o principal ponto de discordância é a tentativa de interferência do Sindilojas na decisão da Assembleia Geral da categoria sobre a contribuição. O sindicato laboral defende que a assembleia definiu os critérios — forma, valor e direito de oposição — e que essa autonomia deve ser respeitada.

A presidente do SEC-BG, Orildes Maria Lottici, afirma que o Sindilojas propõe regras próprias para o direito de oposição dos trabalhadores vinculados às lojas associadas, o que, segundo ela, é visto como um ato de desrespeito à decisão da categoria. Para o SEC-BG, essa exigência tem impedido a assinatura da convenção, que estabelece pontos importantes como regras salariais, jornadas de trabalho e funcionamento em domingos e feriados.

O sindicato também manifesta preocupação com a proximidade de datas que demandam definição normativa, como os feriados de Santo Antônio (13 de junho) e Corpus Christi (19 de junho). Além disso, destaca o impacto da realização da 33ª Expobento e da 20ª Fenavinho, entre os dias 12 e 22 de junho, que tradicionalmente exigem mobilização de mão-de-obra fora do horário comercial.

A diretoria do SEC-BG alerta para a insegurança jurídica gerada pela ausência da convenção assinada, tanto para os comerciários quanto para os lojistas, enquanto aguardam um desfecho das negociações.