Elisandro Castro é eleito chef revelação da Revista Sabores do Sul 2025
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Por Diego Franzen / Pauta Serrana

Há trajetórias que não se descrevem com rótulos. São feitas de madrugada virando manhã, de receitas que nascem dos erros, de momentos em que um simples olhar ao cliente vale mais que qualquer planilha. Histórias que começam quando alguém, sozinho na cozinha, decide acreditar que pode emocionar pelo sabor.
Elisandro Castro é assim.
Quem presenciou a Champagnaria nascer e crescer até se tornar referência entende: não era apenas negócio. Era visão. A coragem de afirmar que no interior da serra havia espaço para elegância, delicadeza e encantamento. Com o Tra Due Brasa e Vinho essa intuição encontrou forma madura.
Ali, a brasa não é apenas técnica. É pulsação. O corte não é só escolha. É assinatura. O vinho não acompanha o prato. Dialoga com ele.
O Tra Due Brasa e Vinho é mais que restaurante. É o encontro entre o fogo e a calma, entre a precisão e o afeto. É a síntese de uma jornada que começa dentro de um homem e se transforma em experiência dentro de cada pessoa que se senta à mesa. Quem entra lá não vai apenas jantar. Vai sentir o que Castro sente quando cria.
E ninguém sustenta uma obra assim sozinho. Kelly. Mais que esposa, presença que equilibra, que encoraja quando o medo ameaça vencer, que festeja as conquistas como quem sabe o preço pago por cada uma delas. Se o Tra Due Brasa e Vinho tem alma, parte dela veio do olhar dela.
Na noite da premiação da Revista Sabores do Sul 2025, no salão do Grêmio Náutico União, em Porto Alegre, não se aplaudiu só o chef revelação de Bento Gonçalves, Monte Belo do Sul e Pinto Bandeira. Aplaudiu-se o caminho que levou à criação de um lugar que hoje redefine o que pode ser vivido à mesa na serra.
Quando o nome de Elisandro Castro foi anunciado, o silêncio antes do aplauso disse mais que todas as palmas juntas. Foi o reconhecimento de que ali estava alguém que não apenas cozinha. Alguém que transforma brasa em poesia.
No palco, ele falou simples, quase tímido. Dedicou o prêmio ao cliente. Disse apenas: “Tudo o que faço é sempre carregado de muita luta, amor e dedicação.” Não havia vaidade. Havia verdade. E a verdade, quando chega limpa, emociona como o primeiro gole de um vinho que se sabe memorável.
Reconhecimento não nasce em premiação. Nasce na porta da cozinha, no prato refeito com urgência, no cuidado com a equipe, na convicção silenciosa de que vale a pena recomeçar quantas vezes forem necessárias.
Se naquela noite Porto Alegre brindou, foi porque entendeu que ser chef revelação não é apenas dominar técnicas. É servir o que se é. E o Tra Due Brasa e Vinho, hoje, serve exatamente isso: sentimento.
Elisandro Castro não entrega pratos. Entrega aquilo que ainda não tem nome, mas que todos reconhecem quando provam.
E quem tem esse dom não precisa de títulos. Mas quando eles chegam, merecidos assim, a gente ergue a taça, encontra o olhar emocionado de Kelly e compreende, em um silêncio breve:
O melhor ainda está sendo preparado.














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